Membros, líderes e simpatizantes do
movimento evangélico entendem que a vida cristã exige comportamento exemplar no
que tange à moral e à ética bíblica, por isso é normal encontrarmos situações
nas quais somos chamados a atenção por não fazer algo certo ou por deixar de
fazer algo que deveríamos fazer – questão localizada no fazer e no omitir, base
doutrinária da prática cristã. No entanto, de forma pontual, direcionada às
atitudes especificas, como não mentir, não roubar, não adulterar, não xingar,
etc. Nos contentamos com as partes e na maioria das vezes nos esquecemos do
todo.
A ideia que quero passar é a da santificação
como um quebra-cabeça sendo montando por alguém; temos o todo e ao mesmo tempo
temos as partes. Elas não são excludentes e sim complementares para dar a forma
requerida. Nesse trabalho contamos com a presença do Espírito Santo que nos
leva a transformação por meio da glória – de
glória em glória somos transformados à imagem de Deus.
A partir dessa construção levanto
aqui a seguinte problemática: “a
santificação é um estado de espírito, ou um estilo de vida?”.
A Bíblia nos apresenta dois tipos
de santificação: graciosa e progressiva.
Em Cristo Jesus temos a
santificação graciosa, quando libertos por Ele do império das trevas, como
disse o apóstolo Paulo em Colossenses 1:13, somos conduzidos para a luz de
Deus. Essa é a santificação graciosa; eu não fiz, foi Ele quem fez por mim em
uma atitude de graça.
Por outro lado devemos nos
aperfeiçoar no caminho da salvação, para tanto, precisamos melhorar a nossa
conduta a fim de alcançarmos a salvação plena de nossas almas:
“[...]desenvolvei
a vossa salvação com temor e tremor.”
Filipenses 2:12
Nesse
contexto temos a santificação progressiva. Passamos a produzir os frutos dignos
de arrependimento, como proclamado por João Batista (Mateus 3:8).
Não
podemos estar preocupados apenas em parar de beber, de roubar, de mentir, de
adulterar, etc. Antes, precisamos urgentemente buscar um padrão que se
aperfeiçoe a cada dia – até alcançar a
estatura de servos perfeitos à medida da estatura da plenitude de Cristo.
O sentir-se santo é notório na vida
daqueles que em uma semana querem Cristo, sentem o céu, oram, estudam a Bíblia,
creem em Deus, em Jesus, no Espírito Santo, não mentem, não roubam e não se
prostituem; porém, na semana seguinte estão vazias – elas se sentem santas em alguns momentos. Não conseguiram submeter a
vida à disciplina bíblica, ao cultivo do fruto do Espírito. Entende a
santificação como um sentimento gerado por estarem afastados das coisas
mundanas e do poder do mal, quando na verdade o primeiro e mais difícil passo a
ser dado no caminho da santificação progressiva é afastar-se de si mesmo.
Pessoas que abandonaram as boates,
os bares, os cassinos, as más amizades, porém tudo isso ainda não as abandonou.
Está lá dentro bem guardadinho, em algum quartinho secreto; à primeira brecha vão
sair.
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