"A maioria dos cristãos protestantes não aprendeu sobre as bases que fundamentaram o nascimento desta festa popular, e pena que esta festa que deveria ser um instrumento de protesto tem se tornado cada vez mais um pretexto para a promiscuidade, bebedices e uso de drogas".
O Cristão Protestante e o Carnaval...
As relações entre igrejas protestantes e cultura brasileira, infelizmente, sempre se deram por meio do confronto, da negação e da contrariedade. Consequentemente, converter-se ao Evangelho passou a significar o abandono das manifestações culturais. (O Brasil é um dos poucos países que professa uma fé protestante que exige dos seus fiéis o abandono cultural em função da fé. Por assim dizer, as Igrejas protestantes e evangélicas tendem a se comportar como juízas da sociedade e da sua cultura).
Ademais, as manifestações culturais brasileiras que têm relação com fatos históricos ou com o catolicismo passaram a ser demonizadas pelas Igrejas protestantes. Nesse contexto, o carnaval passou a ser considerado como a festa da carne, por excelência, a festa do pecado – então, para maioria dos protestantes, especialmente para os evangélicos, pular carnaval é um contrassenso em relação ao ser crente. Por isso, durante o período de carnaval muitas igrejas realizam retiros espirituais com o fito de livrar os cristãos da tentação de assistir carnaval pela televisão ou participar de algum evento carnavalesco.
A maioria dos cristãos protestantes não aprendeu sobre as bases que fundamentaram o nascimento desta festa popular, e pena que esta festa que deveria ser um instrumento de protesto tem se tornado cada vez mais um pretexto para a promiscuidade, bebedices e uso de drogas.
No entanto, é necessário que se reflita sobre a importância cultural e religiosa que o carnaval deve ocupar no fazer cristão dos brasileiros, porque a perda da consciência histórica causa graves danos aos indivíduos e à sociedade.
À medida que as igrejas protestantes se dedicavam a educar setores médios das cidades e a acompanhar a rota do café e seus barões que aos poucos declinavam, os negros deixavam as senzalas e subiam para os morros. Estes negros encontraram no carnaval a oportunidade para rir da vida, criticar os poderosos e fazer piada da indignidade a que muitos eram submetidos. Pelo carnaval, eles aprenderam a questionar e a reclamar seu espaço. E o fizeram por meio da brincadeira e da arte.
Ainda hoje é possível encontrar manifestações de carnaval que não são puramente patrocinadas pelo consumo de álcool, sexo e drogas. O que nos faz refletir sobre qual deve ser o papel de um cristão durante os dias de carnaval, e no intuito de responder àqueles que querem participar do carnaval e não sabem como fazer sem que isso se torne um pecado, segue uma lista de dez sugestões que te ajudarão a participar desta festividade de uma maneira segura:
- Procure por manifestações carnavalescas que tenham cunho histórico e denunciatório (protestos sociais) – (sugestão: desfiles de escolas de samba);
- Não consuma álcool ao ponto da embriaguez;
- Não se envolva com promiscuidade (sexo sem compromisso, beijar na boca de várias pessoas, permitir que passem a mão em você ou que você passe em outros, etc...);
- Esteja atento à segurança da sua vida e dos seus pertences;
- Tenha hora para chegar e para sair dos eventos;
- Não se envolva com discussões e brigas;
- Seja a expressão do amor divino onde quer que você esteja;
- Não participe de marchinhas de blocos, principalmente, se for casadx – estando em meio à multidão situações constrangedoras podem ocorrer;
- Ande sempre em grupos de pessoas conhecidas;
- Lembre-se: “O seu corpo é templo do Espírito Santo”. Portanto, cuide deste templo, não permita que ele se torne objeto de promiscuidade, lascívia, e depósito de drogas que o destruirão.
Por fim, fica aqui a recomendação do Apóstolo Paulo
(1Corítios 6: 12) : “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm.
Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma
delas”.
Att...Pastor Marvel Souza
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