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Comentário do versículo 16 ao 25 do Evangelho de Mateus
A Multiforme Graça
Divina na Constituição Familiar
Discussões sobre qual seria o padrão correto de
constituição familiar é pauta de estudos sociais, filosóficos, humanistas e teológicos.
Neste último, temos os conceitos de padronização que foram preconizados pelas
sociedades religiosas através dos tempos.
A família nuclear, constituída por gêneros opostos
(homem e mulher) e filhos, é o padrão defendido por muitos religiosos fundamentalistas,
que condenam qualquer outra forma de constituição, em especial as que atinem
aos relacionamentos de afeto entre pessoas do mesmo sexo. Independente do
sucesso que estes relacionamentos possam ter, os religiosos tradicionais os
consideram uma afronta aos padrões entendidos como "corretos".
A homoafetividade tem sido pauta de debates
acirrados no meio religioso, porque as manifestações que vêm motivando estes
debates procedem da parte de pessoas que são, ou foram religiosas -
homoafetivas declaradas; na visão dos religiosos, pessoas que se desviaram do
que é o correto.
No entanto, é válido ressaltarmos que a Bíblia nos
oferece possibilidades diferentes de constituição familiar, vejamos algumas
destas possibilidades:
- Família
Substituta: Moisés,
após ser desmamado, foi entregue à filha de Faraó, que o tomou como Filho
(Êxodo 2:10) - Moisés passa a ser filho do coração da filha de Faraó.
Samuel foi criado no templo pelo sacerdote Eli (1Samuel 2:18-26; 3:1)
- Família
Monoparental: Uma
família constituída por mãe e filhos, sem a presença do pai (2Reis 4:1)
- Família
Afetiva: Nora
e Sogra vivendo juntas, com votos de fidelidade e companheirismo se
constituem família, não por serem homossexuais, mas por terem laços
entranháveis de afetividade (Rute)
- Família
Parental: Ester
foi criada pelo seu primo Mordecai (Ester 2:7)
- Família
Nuclear: Isaque
e Rebeca e seus dois filhos (Gênesis 25:28)
- Família
Expandida: Os
que fazem a vontade de Deus são família de Jesus (Mateus 12:46-50)
- Família
Modelo/Messiânica: José
assumiu o papel de pai de Jesus e marido de Maria, para que se cumprisse a
vontade de Deus (Mateus 1:16), apesar de tudo estar fora do padrão
familiar dos Judeus. A família modelo não está fundamentada no padrão, mas
no conteúdo que Deus quer que todo e qualquer relacionamento tenha, a
saber, a vontade divina sobre todas as coisa.
Por esses exemplos, conclui-se que a vontade de
Deus deve estar acima de conceitos e preconceitos em relação às formações
familiares que temos no século XXI. A multiforme graça de Deus nos permite
entender que a vontade de Deus está em movimento a favor de todos os que o
temem e fazem o que é justo, pois todos estes lhe são aceitáveis.
Para além da definição etimológica da palavra família
- "escravo doméstico", família se define pelos laços de
afetividade entranháveis que devem haver nos relacionamentos, sendo o amor o
maior de todos os sentimentos.
Seja o vínculo maior, que é o amor, em todos os
corações, pois Deus é amor!
Comentários:
V.1-17 Mesmo sendo José pai adotivo, o
Evangelho de Mateus traz a genealogia de Jesus de acordo com o sistema legal
judaico. Mateus demonstra a linhagem real de Jesus, algo que para os judeus
significava muito, em vista das profecias que ligavam Jesus a Davi.
V.1-17 Na genealogia de Jesus, encontramos a
imagem da graça salvadora através dos tempos, em especial ao nos depararmos com
o nome Raabe – (Juizes 2:1-24), que representa todas as pessoas, escravizadas
pelo pecado, condenadas à destruição, mas que receberam a salvação em casa, ao
abrir as portas para os servos de Deus – a fita de escarlata pendurada na
janela de Raabe representa o sangue do cordeiro de Deus, que nos libertou em
três esferas – (1) do poder do pecado – “eis
o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” – (João 1:29); (2) da
condenação do pecado – “Porque, se pela
ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a
abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus
Cristo.” – (Romanos 5:17); (3) e nos livrará do corpo do pecado. “(…) nós seremos transformados. Porque convém
que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é
mortal se revista da imortalidade. – (1Coríntios 15:52-53).
V.16 Dizer que pessoas do mesmo sexo não
podem constituir família é tão errado quanto dizer que Jesus era filho legítimo
de José, ou que Deus privou José e Maria da vida sexual após o nascimento de
Jesus (V.25). O que se sabe sobre a família em que Jesus nasceu é que, para
além dos padrões sociais e religiosos da época, havia total coerência com a
vontade divina, tanto da parte de José como da de Maria.
V.19-20 José, sendo
justo (dikaios: o que anda de
acordo com as leis de Deus e dos Homens), estava de acordo com a vontade de
Deus, foi peça fundamental para o acolhimento de Jesus. Maria concedeu a
nacionalidade, pois todo judeu deveria ser gerado no ventre de uma judia; José
concedeu a linhagem real, pois era descendente de Davi.
V.21 O
nome Jesus
apontava para o propósito de Deus em relação à humanidade – Jesus: “Javé é a Salvação”.
V.22-23 As citações do Antigo Testamento
fundamentam os acontecimentos em relação à vinda do Messias. O Antigo
Testamento está no Novo e o Novo no Antigo: os livros se comunicam, apesar das
diferenças de tempo, lugar, autores e propósitos.
V.23 Emanuel
(Immanu-el): “Deus Conosco”. A obra de Cristo não se resume em apenas salvar
as pessoas do poder do pecado e da morte, mas em estar com elas – o mesmo que
salva é o mesmo que quer estar permanentemente conosco.
V.24 José é um exemplo de obediência,
realmente um dikaios - justo.
V.25 Maria e José não tiveram vida sexual
ativa até que Jesus nascesse. A partir de então, eles consumaram o casamento
pelo ato sexual, de acordo com o costume dos judeus.
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